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A formação das praias tem influência de fatores naturais como ondas, correntes, marés e sedimentos, que conferem diferentes formas e características a esses ambientes. As praias são dinâmicas, mudando constantemente ao longo do tempo. O monitoramento das praias é importante para compreender essas mudanças, especialmente com o auxílio de tecnologias modernas. É fundamental o engajamento da sociedade e a atuação conjunta do poder público e dos usuários para buscar soluções para a poluição que traz riscos ambientais socias de saúde pública.
Como a natureza fez suas praias
Raúl Sánchez Vicens
(Palestrante: Possui graduação em Geografia - Universidad de La Habana (1991), mestrado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997) e doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003). Atualmente é professor associado da Universidade Federal Fluminense e pesquisador do CNPq. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Sensoriamento Remoto, atuando principalmente nos seguintes temas: monitoramento da cobertura vegetal e uso da terra; dinâmica e evolução.)
As praias são o resultado da combinação de vários agentes que atuam no litoral, principalmente a ação das ondas, das correntes e até das marés. Dependendo da altura e direção das ondas, da velocidade e direção das correntes e da amplitude das marés, além da quantidade de sedimentos disponíveis, do tamanho dos grãos e das características do fundo, as praias adquirem as mais diversas formas. Algumas mais extensas e retilíneas, outras mais arqueadas. Praias rasas de areias finas contrastam com praias íngremes de cascalho. Mas todas refletem as condições nas quais se formam. As praias também não são formas estáticas. Elas mudam constantemente no tempo. Algumas mudanças são periódicas e cíclicas. Outras mudanças são irreversíveis e as praias evoluem junto com a planície costeira. Nossa conversa é sobre praias: como se formam, como adquirem suas características que as diferenciam umas de outras e como mudam no tempo.

A orla observada por todos os lados
Carla Bernadete Madureira Cruz
(Palestrante: Me chamo Carla Bernadete Madureira Cruz, professora titular do Departamento de Geografia da UFRJ, Engenheira Cartógrafa pela UERJ, Mestre em Sistemas e Computação pelo IME-RJ e Doutora em Geografia pela UFRJ. Especialista em Sensoriamento Remoto com larga experiência na elaboração de mapas e produtos correlatos em apoio a estudos ambientais e à estratégia de monitoramento em diversas escalas, visando a renovação de soluções metodológicas baseadas em novas tecnologias..)
Ações de monitoramento são essenciais para que possamos acompanhar mudanças, sejam elas naturais ou causadas por ações do homem. O ato de observar e registrar a paisagem pode ser realizado de diferentes pontos de vista, e a evolução tecnológica recente tem possibilitado a adoção de estratégias cada vez mais precisas e abrangentes. Assim, passa a ser possível sair da escala local para a global. Nossa ideia aqui é falar sobre como estamos monitorando os ambientes de nossa orla de modo a entender suas dinâmicas e alterações.

Orla limpa, orla viva; viva!
Abilio Soares Gomes
(Palestrante: Licenciado em Ciências Biológicas e Bacharel em Biologia Marinha. Mestre em Zoologia e Doutor em Oceanografia Biológica. Ingressou na carreira de magistério superior federal através de concurso público na Universidade Federal do Espírito Santo em 1991 e foi redistribuído para a Universidade Federal Fluminense em 1992, onde coordena o Laboratório de Ecologia de Sedimentos do Departamento de Biologia Marinha. Atua no ensino de Biologia Marinha do Curso de Graduação em Ciências Biológicas e no Pro)
As praias arenosas estão sob diversas ameaças em todo o planeta. As praias urbanas, em particular, sofrem especialmente com problemas de poluição por esgotos domésticos, contaminação química e lixo. A contaminação por lixo nos oceanos e nas praias, denominada lixo marinho, é um dos grandes desafios atuais da humanidade porque alguns componentes do lixo marinho levam um longo tempo para sua degradação- podendo levar entre dezenas e centenas de anos. O lixo marinho pode causar problemas socioeconômicos e de saúde pública locais, entre outros. Um dos problemas que exigem atenção é a contaminação das praias por microplásticos, oriundos, principalmente, da degradação do lixo plástico. Tem sido verificado que os microplásticos são vetores de poluentes químicos e de microrganismos patogênicos, incluindo bactérias resistentes à antibióticos. O engajamento da população para um combate eficaz à poluição de nossas praias é desejável e a nossa ideia é conversar sobre os problemas atuais e as possíveis soluções que podem ser adotadas pelo poder público em parceria com os agentes usuários das praias.

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