CSI: ciência e investigação forense

Quando falamos sobre ciência forense precisamos entender uma série de questões que envolvem essa atividade. A ciência forense faz parte do chamado universo jurídico, como meio de produção de uma prova. Mas ao mesmo tempo ela utiliza conhecimentos e metodologias provenientes da ciência, principalmente das chamadas ciências naturais (mas não exclusivamente). Por outro lado, a atuação dos peritos de natureza criminal – profissionais que lidam com a ciência forense no Brasil - tem consequências diretas na vida de muitas pessoas. Só para delimitarmos um pouco da abrangência do trabalho deste profissional, podemos citar a investigação e coleta de evidências em locais de acidentes de trânsito, de crimes contra o patrimônio e crimes contra a vida. Nesta apresentação focaremos na busca, coleta e análise de alguns vestígios mais comumente encontrados em cenas de crime, notadamente os vestígios biológicos, como sangue, saliva e DNA, em geral. Contudo, é importante lembrar que a ciência forense abrange uma diversidade de técnicas e que, por isso mesmo, demanda o conhecimento integrado de fundamentos da física, química e biologia. Procuraremos ilustrar, com exemplos, tanto a complexidade das análises, quanto a diversidade de técnicas existentes. E como o conhecimento científico e os fundamentos das disciplinas envolvidas são essenciais para delimitar os potenciais e limitações de alguns dos exames efetuados pelos cientistas forenses.

Os insetos podem ser usados para ajudar a elucidar diversos crimes, desde homicídios até crimes ambientais. Por sua diversidade e porque muitos têm necessidade ambientais diferentes, podemos utilizar a sucessão de espécies em um cadáver para determinar o tempo de morte, o local do assassinato pois muitas espécies têm nichos ecológicos específicos, demonstrando se um cadáver foi ou não deslocado do local de sua morte. Por exemplo, um corpo com larvas de inseto típicos de Floresta Atlântica achado em um Mangue indica que o assassinato foi em outro local. Muitas espécies podem ser utilizadas também para indicar que algum crime ambiental esteja ocorrendo, quando por exemplo aparecem espécies altamente correlacionadas com lixo urbano em áreas de preservação permanente.