Desinformação e Memória: quem ganha com o esquecimento?

Desde as primeiras décadas do século XX, vários pensadores apontam que a sociedade industrial ocidental se caracteriza pela falência da importância da memória coletiva estruturando a nossa vida cotidiana. Como compensação essa sociedade teria criado aquilo que o historiador francês Pierre Nora denominou de "Lugares de Memória", como os museus, bibliotecas e arquivos, por exemplo.
Essa situação se complica ainda mais com o advento da informatização onde, de forma cada vez mais rápida, temos acesso a uma quantidade imensa de informações e contatos de todas as partes do planeta.
Ainda há espaço em nosso mundo, para aquelas pessoas e lugares que preservam e compartilham as memórias? Qual a importância dessas memórias em nosso mundo? Como preservá-las? Quais as ameaças e perigos aos quais estamos sujeitos sem fazê-lo? O que podemos, e devemos, aprender com as comunidades tradicionais?

Compreender o problema da desinformação hoje existe que se vá além da discussão sobre a correção e a propriedade da mensagem em Comunicação. Propomos uma abordagem que leve em consideração também as batalhas discursivas em ambiências midiáticas, os processos de produção de sentido e os problemas ligados aos modos de identificação em nossas sociedades.