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Bem-vindos ao blog do Pint of Science Brasil!

Isso mesmo! Além do festival que vai ser realizado em Maio (dias 11, 12 e 13), a partir de hoje você também pode acompanhar materiais e discussões sobre temas relevantes da ciência aqui no blog do Pint! Neste espaço, vamos  falar sobre o conteúdo científico de maneira clara e para quem não conhece nada sobre as temáticas, buscando cobrir temas atuais, com atenção especial para a ciência brasileira. 

Hoje falamos sobre Bertha Maria Júlia Lutz, uma das personagens pioneiras na luta pelo voto feminino e pela igualdade de direitos entre gêneros.  E você sabia que, além de cientista, ela era brasileira?  

Bertha Maria Júlia Lutz, uma paulistana nascida no fim do século XIX, era filha de Adolfo Lutz, médico e cientista brasileiro, e de Amy Fowler, enfermeira inglesa. Bertha estudou  na França, e retornou ao Brasil em 1919. No mesmo ano, ela criou a Liga Pela Emancipação Intelectual da Mulher, que mais tarde daria origem à Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF). A FBPF lutava não apenas pelo direito ao voto feminino, mas também para que as mulheres pudessem escolher seus domicílios e trabalhos sem a necessidade de autorização dos maridos.

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Fonte: arquivo da Organização das Nações Unidas.

Concomitante com a vida política, naquela época Bertha tinha acabado de passar, em primeiro lugar, em um  concurso público do Museu Nacional do Rio de Janeiro para ser naturalista (estudar as ciências chamadas “naturais” como a botânica, zoologia e geologia). Entretanto, como seus concorrentes não admitiam que o cargo fosse ocupado por uma mulher, ela precisou de um parecer jurídico favorável para poder de fato exercer sua profissão. No cargo, trabalhou principalmente com anfíbios anuros (por exemplo as rãs, os sapos e as pererecas) e foi chefe de departamento de Botânica do Museu. Além dos vários livros publicados por ela, a pesquisadora também tem seu nome associado a diversas espécies de anfíbios que foram nomeados em sua homenagem. Bertha também cursou Direito, no Rio de Janeiro, onde mais tarde recebeu o título de professora emérita.

Bertha foi uma mulher visionária que representou a luta feminista no âmbito político, nacional e internacionalmente. Antes dela, as mulheres trabalhadoras já vinham clamando por salários iguais, melhores condições de trabalho e licença maternidade. Bertha Lutz esteve na Assembleia Geral da Liga da Mulheres, foi eleita vice-presidente da Sociedade Pan-Americana, e deputada na Câmara Federal. Sua atuação política continuou sendo  em prol de uma legislação que enxergasse a mulher enquanto trabalhadora, que na época já compunha uma parcela significativa dos trabalhadores em fábricas. Chefiou a delegação brasileira na Conferência de São Francisco, onde foi redigida a Carta das Nações Unidas. Sua última ação política foi realizada um ano antes de sua morte, em 1975, quando Bertha já estava com mais de 80 anos: integrou a delegação brasileira no Congresso Internacional da Mulher realizado pela ONU.

A luta de Bertha, das sufragistas, das feministas trabalhadoras e de outras tantas, garantiu muitas conquistas e direitos para as mulheres. Mas ainda falta muito. Ainda hoje, as mulheres trabalham em média três horas a mais do que que os homens mesmo tendo  um salário equivalente a 76,5% daquele dado aos homens, como é possível ver no gráfico do IBGE abaixo. E essa diferença se mantém apesar de as mulheres apresentarem níveis educacionais mais altos que os homens. Inclusive, em cargos ocupados por profissionais com nível superior completo, ou nível escolar maior, as mulheres ganham ainda menos: cerca de 63% do que um homem ganha no mesmo cargo. 

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É, temos  muita luta pela frente ainda. Você gostaria de saber mais sobre pesquisas ligadas ao feminismo? Você é uma pesquisadora que estuda esse tema e gostaria de falar sobre ele? Comenta com a gente através das redes sociais!

@pintofsciencebr

A Bertha é a homenageada do Pint Of Science deste ano e está estampada nas latinhas da nossa cerveja exclusiva. Quer saber mais? Acesse: https://www.catarse.me/pint20BR

 

Fontes:

Itamaraty;

IBGE