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O compartilhamento de desinformações não é recente.
Mas com o aumento da presença das plataformas de mídia digital na nossa rotina, tal fenômeno se tornou maior e mais complexo. Desde o início da pandemia, pudemos acompanhar a circulação de vários conteúdos desse tipo relacionados ao COVID-19, possíveis formas de tratamento e prevenção, informações relacionadas à quarentena, ao uso de máscaras, teorias da conspiração relativas ao surgimento do vírus, dentre outros.
O grande problema dessas desinformações é que eles geram grande confusão entre os usuários que não sabem mais em quê acreditar. E, em se tratando da pandemia, as consequências dessa confusão podem ser mórbidas.
De acordo com pesquisa realizada pela Fiocruz, as plataformas de mídia digital mais utilizadas para disseminação de desinformação sobre o novo coronavírus são Instagram, Facebook e WhatsApp. Esse tipo de compartilhamento é perigoso porque as pessoas tendem a confiar nas informações enviadas por pessoas em quem elas confiam. Por isso, é importante pensar duas vezes (três, quatro, cinco ou quantas vezes forem necessárias) antes de compartilhar um conteúdo com seus contatos - eles provavelmente vão partir do pressuposto de que confia nele.
A BBC organizou os sete tipos de pessoas que compartilham desinformação sobre a doença.
Vários sites jornalísticos têm ajudado os usuários a reconhecer a veracidade dos conteúdos. A primeira agência de checagem de fatos no Brasil é a Lupa, mas depois dela surgiram também o “Fato ou Fake”, do G1, é um que reúne os principais boatos que estão circulando nas plataformas digitais. O R7 conta com o e-farsas. Além destes, pesquisadores da área de Computação da USP, também possuem site e WhatsApp para checagem de notícias. Conferir a veracidade do conteúdo em sites como esse antes de enviá-lo aos seus contatos é uma opção para ajudar a combater a desinformação.
Outra iniciativa que busca ajudar a conter a desinformação é o movimento Sleeping Giants, que funciona no Brasil desde o dia 18 de maio de 2020. A ideia relaciona-se diretamente ao financiamento dos sites que mimetizam portais jornalísticos e compartilham conteúdos falsos sobre os mais diversos assuntos, dentre eles conteúdo relacionado a COVID-19.
Isso porque, os sites se sustentam com a exibição de anúncios pagos por empresas via Google Ads, por exemplo. Funciona mais ou menos assim: uma empresa compra os espaços de anúncios do Google e a plataforma exibe esses anúncios em vários sites que estão cadastrados no sistema. A exibição dos anúncios gera um rendimento monetário para os sites que os exibem e, assim, é através da publicidade digital que eles se sustentam.
A intenção do Sleeping Giants é mostrar como a publicidade de grandes empresas têm financiado sites extremistas que contém desinformação e discurso de ódio, e que muitas vezes nem sabem disso. “Visamos impedir que sites preconceituosos ou de fake news monetizem através da publicidade. Muitas empresas não sabem que isso acontece, é hora de informá-las”.
O contato é feito pelo perfil do Twitter. As empresas que têm seus anúncios exibidos em sites que compartilham desinformação recebem uma mensagem pública, como podemos ver na imagem abaixo.
Como é possível ver acima, o perfil avisou a empresa Tik Tok que o anúncio do seu produto estava aparecendo em um site de desinformação, enviando uma imagem como comprovação.
Esse tipo de abordagem pública faz com que as empresas que não respondam ao alerta, sejam vistas como “apoiadoras” de tais sites. As que se incomodam com o financiamento de tal serviço, podem solicitar que seus anúncios não sejam exibidos nesses lugares, fazendo com que aos poucos o financiamento da produção de desinformação vá se extinguindo.
A iniciativa foi criada pelo publicitário Matt Rivitz em 2016, nos Estados Unidos. Rivitz se manteve anônimo durante algum tempo, preocupado com a sua segurança e da sua família, mas teve seu nome revelado pelo site conservador The Daily Caller. O responsável por trazer o movimento para o Brasil segue mantendo seu anonimato pelos mesmos motivos.
Se você quiser saber mais sobre como se preservar de desinformações e entender quais são os sites que compartilham esse tipo de conteúdo, você pode acompanhar o perfil do Sleeping Giants no Twitter e acompanhar as denúncias.
Outra forma de se preservar é sempre conferir as informações antes de compartilhá-las. Para isso, nós listamos alguns sites confiáveis onde você pode se informar sobre a veracidade dos conteúdos que recebe, e decidir se vai ou não compartilhá-lo de forma consciente.