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No começo da “reabertura econômica”, muitos locais aferiam a pressão dos visitantes com um modelo de termômetro talvez desconhecido para algumas pessoas, mas que já era usado em muitos hospitais. Um termômetro que ao invés de colocar na axila, basta apontar uma pequena luz vermelha para a testa, e rapidamente mostra o resultado.
Aferir a temperatura não garante que o ambiente não irá acolher pessoas infectadas pelo coronavírus, elas podem estar em fase de incubação do vírus ou serem assintomáticas. Mas, aliado ao uso correto de máscaras faciais, álcool gel e distanciamento social, aferir a temperatura é uma ferramenta para diminuir o espalhamento do vírus que já matou mais de um milhão de pessoas no mundo em menos de um ano.
Fonte: Portal Tocantins
Porém, esse simples método de aferir a temperatura foi atacado por uma “Fake News” (notícia falsa), a de que o laser do termômetro estaria danificando a glândula pineal, uma pequena estrutura ovalada dentro do cérebro.
A glândula pineal é essencial para funções ligadas ao nosso ciclo circadiano, os processos do funcionamento do nosso corpo que trabalham em um ciclo de aproximadamente 24h, como por exemplo nossos horários de acordar e dormir. A pineal é a responsável pela liberação da melatonina, um importante hormônio indutor do sono. Funciona assim: ao escurecer e cessar de luzes, começa uma cascata de sinalizações no cérebro que levam a produção da melatonina. As luzes artificiais atrapalham em muito esse processo, de forma que o cérebro tem dificuldade de nos botar para dormir, afinal ainda está claro! Entendeu agora por que mesmo deitado, você consegue passar horas vendo o Instagram? Você está atrapalhando o funcionamento da sua glândula pineal, devido a luz vindo da sua tela e captada pelos seus olhos.
Fonte: Wikimedia Commons
É importante mencionar que o laser do termômetro é apenas uma mira e quem está emitindo infravermelho somos nós. A energia térmica liberada pelo osso corpo está na faixa de radiação infravermelha, e o termômetro digital irá receber essa informação, analisar e mostrar a temperatura em graus Celsius. Lembre-se que laser é apenas uma luz focada. Talvez você já tenha visto um termômetro com laser azul por exemplo. O laser do termômetro é parcialmente refletido e absorvido pela pele sem causar nenhum malefício. A sua testa está regularmente exposta a luzes artificiais como as do ambiente e de telas de celulares e computadores. E ainda que a luz seja capturada pelos olhos, não irá chegar na glândula pineal. Não irá calcificar, gerar câncer nem nada. Não há risco algum em aferir a temperatura apontando o termômetro para a testa.
Mas há um grande risco ao se aferir a temperatura no pulso. Os fabricantes recomendam medir a temperatura na testa ou no ouvido. O que significa que a medida em outras partes do corpo, não é tão precisa. O pulso, é uma extremidade do corpo, e por isso mais fria do que a temperatura das axilas, da testa, ou da boca por exemplo. Ou seja: medir a temperatura no pulso, não conta com a mesma precisão e pode não detectar febres existentes, que se fossem medidas pela testa, seriam detectadas.
Assim, perdemos uma ferramenta de combate para as notícias falsas. Da mesma maneira como tentaram fazer com as máscaras, alegando que causariam intoxicação pelo gás carbônico que se acumularia no interior da máscara, outro conteúdo falso.
Além da pandemia do COVID-19, o Brasil enfrenta uma grave pandemia de conteúdos falsos. A todo momento aparecem novas mensagens com receitas caseiras, “primos doutores em Harvard” alertando para os “perigos da vacina”, “médicos italianos” alertando para os perigos da testagem. Não acredite em conteúdos sensacionalistas e “cheios de verdades secretas”. Procure sempre canais oficiais e fontes confiáveis para obter informações a respeito de saúde e ciência. Argumentos não baseados em evidência científica são apenas opiniões pessoais e não devem ser levadas como verdades.
Oito passos para identificar fake news
Sites de checagem https://www.aosfatos.org/ https://www.boatos.org/
Máscaras salvam vidas. Ficar em casa, salva vidas.
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Fontes: